Alessandro Marimpietri

Comportamento Infantil: Até que ponto os pais devem permitir as escolhas dos filhos

Do iBahia, por Emília Oliveira
emilia@portalibahia.com.br

A filha da atriz Angelina Jolie gosta de se vestir como menino e ser chamada de John. Já a filha de Katie Holmes adora sapatos de salto alto, acessórios, maquiagens e unhas pintadas. As duas têm apenas quatro anos e são filhas de astros de Hollywood, mas são extremamente diferentes. Ao que tudo indica, as mães concordam e até incentivam as vontades das filhas. Mas, até que ponto os pais devem permitir as escolhas de uma criança?

No caso das pequenas famosas, os pais afirmam que o comportamento e a maneira de se vestir são manifestações da própria vontade de Shiloh, fruto da união de Jolie e Brad Pitt, e Suri, filha de Holmes e Tom Cruise.  Questionamentos excessivos e a impetuosidade são características próprias da infância. Mas, é fato que os pais devem interferir na vida do filho e, à medida que ele vai se desenvolvendo, essa interferência deve diminuir até que a criança possa decidir de forma autônoma.

Alessandro Marimpietri, psicólogo, professor universitário e doutorando em educação, ressalta que a criança deve sempre poder escolher, opinar e discordar, desde que se trate de valores negociáveis. “É importante que ela conviva com o inegociável, com a falta, com a força de uma lei simbólica. Caberá a cada família avaliar o que se pode ou não negociar”, afirma. Ser permissivo ou castrador demais com os pequenos pode gerar diversos problemas de cunho psicológico. É importante achar uma forma equilibrada e justa entre a ação imperiosa e afetiva dos pais sobre seus filhos. Marimpietri conta que ambos extremos produzem consequências importantes no desenvolvimento subjetivo infantil.

Para as crianças, os adultos são modelos de comportamento, mas, até aí, tudo bem. O que se torna um grande problema é quando os pais tentam fazer dos filhos uma continuação de si mesmos. O psicólogo afirma que quase todo o filho é um estandarte de esperança e realizações de seus pais e que isso não tem nada de ruim. “O que vejo como negativo é: ou a ‘colagem’ desse filho nesse campo de desejo de forma que o mesmo não possa se despregar e transformar-se em sujeito, ou um desinvestimento na função de cuidadores e formadores desses filhos, fazendo, como testemunhamos na atualidade, uma terceirização de paternagem ou de maternagem”, analisa.

Escolhas – Quando são contra as escolhas dos filhos, os pais devem avaliar se a criança tem ou não maturidade para aquilo. “Se for uma escolha que julguemos que nossos filhos podem fazer, mesmo que vá de encontro àquilo que desejamos para ele, então talvez fosse bom ajudá-lo a sustentar suas escolhas pessoais”, avalia Marimpietri. Entretanto, ele pondera que, caso o pequeno ainda não possa deliberar sozinho e a escolha interfira diretamente em valores centrais e inegociáveis, uma reação enérgica é o mais cabível.

Os pais, de modo geral, sonham com o futuro dos filhos e fazem somente planos bons para vida deles. Mas, nem sempre os desejos dos adultos é o melhor para as crianças. Criança saudável é aquela que ri, que brinca, que às vezes se perde em um universo só dela. É importante os pais entenderem que deve haver separações entre o mundo dos adultos e das crianças e que os pequenos tenham seus próprios sonhos. Tudo isso sem permissividade. Esse é o verdadeiro desafio dos pais.



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